Banco Central começou a cortar os juros. Grande destaque do mês para a nossa economia foi a decisão do Banco Central em dar início ao primeiro ciclo de cortes da taxa básica de juros, a taxa Selic, depois de um longo processo de aperto e estabilidade por quase três anos. Cortando a taxa em 0,25%, o primeiro corte desde 2012, o Banco Central levou a taxa básica para 14% ao ano – ainda alta para padrões internacionais mais civilizados. A decisão acabou um pouco antes do que esperávamos, mas dentro do ritmo que tínhamos em mente – uma parte dos investidores esperava um corte de 0,50%.
-0,25% de Queda da Selic
Inflação ainda preocupa. A cautela do Banco Central se justifica pelo alto nível em que se encontra a inflação. Apesar de leituras mais favoráveis em outubro passado, a inflação acumulada em doze meses está em 8% e permanece bastante acima do centro da meta de 4,5% e até mesmo acima do teto da meta de 6,5%. Por outro lado, a tendência de desaceleração na alta dos preços permaneceu e reflete nas projeções do mercado que espera que os preços ao consumidor tenham um reajuste médio abaixo de 7% neste ano – em comparação com 2015, quando os preços subiram quase 11%, é uma importante melhora.
8% de Inflação acima da meta de 4,5%
Como afeta seus investimentos? Acreditamos que há espaço para a taxa básica ser cortada aos poucos até 11% ao ano em 2017. Isso trará desafios importantes na hora de escolher os investimentos apropriados para o seu patrimônio. Estamos saindo de um momento onde a renda fixa (Tesouro Direto, LCI/LCA e CDB) pagava retornos acima de muitas opções de investimentos menos seguros, o que facilitava e muito a alocação do seu portfólio. Independente do período que fosse manter o investimento, qualquer uma das opções acima eram mais interessantes que a caderneta de poupança logo na largada – mesmo considerando a cobrança de IOF e de IR, tributos em que a poupança é isenta.
Um momento de mudanças. A partir do momento que a taxa Selic se aproximar de níveis mais civilizados a partir do próximo ano, a escolha dos investimentos precisará levar em conta se o saque irá acontecer abaixo de certos períodos. Portanto é crucial manter alinhados seus objetivos e fluxo de caixa com o seu consultor financeiro para encontrar quais são as opções que se encaixam melhor a você. Não é uma relação linear, sendo importante ter o seu caso examinado cuidadosamente.
Recurso para emergências e poupança de longo prazo. Será preciso pesquisar todos os entraves dos investimentos que está interessado (tipo de rentabilidade, tributação, custos de operação e custódia) e o prazo que você pretende investir para ter na ponta do lápis qual é a opção mais interessante. A começar pela separação daqueles recursos de emergência, que hoje ainda é interessante evitar a poupança, e dar um tratamento diferente quando a taxa básica se aproximar do nível que aqui comentamos. Para recursos que tenha interesse em investir pensando no longo prazo – períodos maiores que cinco anos – a renda fixa ainda traz opções muito interessantes. Recursos previstos para saques no curto prazo, vale o mesmo raciocínio para os recursos de emergência.
Apreciação recente do Real. A repatriação de recursos que brasileiros mantinham no exterior está se provando um evento importante para a valorização do Real frente ao Dólar, levando a cotação para próximo de R$ 3,10/US$. Esse evento pode ser uma oportunidade importante para antecipar a compra de moeda estrangeira para sua viagem de férias!
Fonte: w1 Finance (clique para acessar o portal)